sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Prakriti Vata

Introdução

Este trabalho é realizado no âmbito da cadeira de Medicina Ayurvédica e procura estudar as manifestações patológicas e o seu tratamento para o prakriti vata.

A Medicina Ayurvédica é um sistema holístico que encara o ser humano como um todo, e que procura curar o corpo para dar espaço à mente e ao espírito para crescerem. De acordo com esta medicina o ser humano é composto por um corpo físico, outro mental e outro espiritual, sendo que a saúde resulta do equilíbrio destes três corpos. Embora a saúde seja muito importante para todas as medicinas, incluindo claro a Ayurvédica, não é o principal objectivo desta, mas sim um meio para atingir um fim.

Este sistema de cura milenar defende que tudo no universo (vivo e não vivo) resulta da combinação de cinco elementos e que esses elementos dão origem a três diferentes constituições humanas, que se comportam, pensam e sentem de maneira diferente. Destas diferentes condições humanas podem nascer diferentes desequilíbrios que impedem o alcance da prosperidade e evolução humana.

Falarei neste trabalho principalmente da constituição vata, que dá tema a este meu trabalho. Por último apresentarei as patologias que afectam essa constituição e o tratamento à luz da medicina ayurvédica, que inclui diferentes métodos.

Irei basear este trabalho em diversos sites da internet e em aulas dadas tanto no decorrer desta cadeira como noutras, bem como em alguns livros disponíveis, sendo que o material no nosso país é escasso, quando falamos em medicinas holísticas. Com esta pesquisa espero adquirir mais conhecimento acerca da Medicina Ayurvédica, visto que os que tenho são muito pouco profundos.


O Três Doshas
Os cinco elementos manifestam-se no corpo humano como três forças. As três forças são designadas de doshas, sendo elas: vata, pita e kapha. Os doshas são também muitas vezes chamados de tridoshas.

Estes doshas governam todas as funções biológicas, psicológicas, fisiopatológicas do corpo, da mente e da consciência. Podem ser considerados como os três princípios energéticos que regulam o processo fisiológico e psicológico do organismo vivo. Estes doshas contribuem para o equilíbrio vital do ser humano. Quando estão em equilíbrio e em função normal, a saúde prevalece, quando o desequilíbrio se instala, o caminho para a doença surge.

Cada um dos três doshas é constituído por dois dos cinco elementos. O dosha vata resulta da combinação dos elementos éter e ar. A combinação de fogo e água dá origem ao dosha pitta. E a combinação dos elementos água e terra originam o dosha kapha. “Assim, o vata tem a mobilidade do éter e do ar, o pitta a energia do fogo e o kapha a estabilidade e solidez da terra.” (Scott Gerson, 1994: página 28).

A palavra vata deriva do sânscrito e significa “o que move as coisas”; é por vezes traduzida por “vento”. É a força móvel por detrás dos outros dois doshas, considerando-se que eles não se podem movimentar sem o vata. É responsável por todas as actividades e sensações do corpo. É o que orienta as percepções através dos canais sensoriais apropriados, as converte em acontecimentos psicológicos e dirige a resposta adequada através dos órgãos efectores. É responsável pela entrada e saída de ar dos pulmões, pelo movimento da circulação sanguínea e linfática, e dos pensamentos através da mente. Fomenta o equilíbrio mental e a compreensão.
Pitta, que também deriva do sânscrito, significa “o que digere as coisas”. É responsável por todas as transformações químicas e metabólicas do corpo, bem como pela produção de calor. Dirige a nossa capacidade de digerir as ideias e impressões e de captar a verdadeira natureza da realidade. Estimula o intelecto e ministra o entusiasmo.

Kapha, vem do sânscrito e significa “aquilo que mantém a união”. Fornece o alimento e a substância ao corpo. Concebe todas as estruturas, desde a célula aos sistemas. Proporciona força e estabilidade, tanto física como psicológica, e governa as emoções humanas. Torna o corpo resistente às doenças e auxilia o processo de cura. Enquanto os efeitos de vata e pitta estão activos, o kapha restringe estas duas forças, evitando em manifestação excessiva, e com isso o desencadear de desequilíbrios.

Os três doshas condicionam então todos os indivíduos, pois cada indivíduo reage de maneira diferente, tem capacidades diferentes, sentimentos diferentes e características diferentes. Estas diferenças resultam da maior ou menor predominância de um desses três doshas. Para o Ayurveda estes doshas são de extrema importância porque determinam a individualidade de cada ser humano e o caminho que cada ser tem de percorrer para alcançar o seu equilíbrio e evolução. Estes três doshas são também três constituições humanos, sendo que permitem o corpo mental e espiritual se revelarem ao nível do corpo físico.

Durante a concepção formam-se o nosso código genético e o nosso código energético, constituído pela combinação dos cinco elementos. Esse mapa energético forma um verdadeiro molde no qual toda a nossa estrutura física, energética, emocional, intelectual e espiritual se desenvolve ao longo de toda a nossa vida. Os três humores existem em todas as pessoas. É a mistura dos três que determina a individualidade e unicidade de cada ser humano. A sua interacção determina a condição subjectiva do ser vivo. Da predominância de alguns elementos sobre os outros, na constituição de cada ser humano, geram-se dez tipos (dosha) de pessoas: Vata, Pitta, Kapha, Vata-Pitta, Vata-Kapha, Pitta-Vata, Pitta-Kapha, Kapha-Vata, Kapha-Pitta e, embora seja mais raro, também existem pessoas praticamente com a mesma intensidade dos três humores, denominando-se esta constituição de tridóshica: Vata-Pitta-Kapha. O Prakriti de uma pessoa é determinado desde o seu nascimento e não se altera durante a vida – é a sua matriz.
Cada dosha apresenta uma série de qualidades e funções. Assim as qualidades de vata incluem: móvel, rápido, leve, seco, duro, claro, comanda os outros doshas. As suas funções abrangem: funções corporais relativas ao movimento e controla o sistema nervoso, os processos de eliminação e a respiração. O dosha pitta tem qualidades como: quente, agudo, leve, penetrante e ligeiramente oleoso. As suas funções incluem: funções corporais relativas ao calor e metabolismo, e comanda a digestão e a percepção. As qualidades do dosha kapha são, entre outras: sólido, pesado, oleoso, frio, doce, pegajoso, imóvel e macio. As suas funções incluem: aspectos estruturais da fisiologia e é responsável pela força biológica, pela resistência natural dos tecidos e por uma boa estrutura orgânica.

Estes três doshas principais têm ainda acções psicológicas diferentes. Assim sendo:
Vata: movimento, criatividade, energia e activação;
Pitta: desejo, alegria, memória e extroversão;
Kapha: paz, coragem, amizade, generosidade, tolerância e austeridade.

Prakriti significa forma natural da constituição do corpo humano. Pra significa começo/fonte de origem, e Kruthi significa executar/formar. Então prakriti significa forma natural, forma original ou fonte original (matriz). A doença ocorre quando se dá uma mudança na forma original a nível psicológico ou fisiológico. Prakriti é então o conjunto de características não mutáveis que nascem com o indivíduo, é a sua individualidade e constituição, é o seu dosha original, constituído pelas diferentes proporções dos três doshas. O prakriti manifesta-se em nós através das nossas características físicas, impulsos naturais, atracções e aversões, tendências psicológicas e no desenvolvimento da ordem mais elevada das qualidades humanas.

Como o objectivo do meu trabalho é sobre o prakriti vata, passarei então adiante a, falar das características do dosha vata, nomeando então as suas características em equilíbrio e em desequilíbrio.
Dosha Vata
No corpo humano, Vata é o mensageiro. É ele que transporta tudo, seja a força vital, sejam os resíduos químicos e as toxinas capazes de destruir os órgãos. Ele é, por assim dizer, o dosha mais influente, pois dá movimento aos outros dois. As funções relacionadas com este dosha têm todas a ver com o movimento (desde o de uma molécula ao do pensamento), a actividade, a vitalidade e a respiração, o que é explicado pela sua combinação de éter e ar. É a força impulsionadora que inicia a actividade e mantém o fluxo.

Vata impulsiona os alimentos através do tubo digestivo. Se o percurso digestivo é demasiado lento ou demasiado rápido, a digestão, a assimilação e a eliminação irão ressentir-se. Vata colabora também na combustão do alimento, ao soprar (visto ser vento) sobre certos órgãos para favorecer a secreção de sucos gástricos.

De acordo com a medicina ayurvédica as pessoas vata correspondem ao ectomorfo e extrovertido. São demasiado altas ou demasiado baixas, magras e leves. Normalmente a sua musculatura é pouco desenvolvida, sendo que os seus ossos e articulações são muito salientes. Peito chato, veias e tendões musculares visíveis, pele fria, enrugada, seca e estriada, verrugas escuras. Unhas ásperas e quebradiças, nariz curvado e protuberante. O cabelo é fino, as pestanas moderadas e os olhos sem brilho. A voz do vata tem um tom incerto e fatiga-se facilmente. Dão-se mal com o frio, adorando o calor e sabores doces, ácidos, salgados e bebidas quentes. A produção de urina não é muito volumosa e as fezes são secas e duras. A pele tende à secura. O sono é muito irregular, pois têm uma mente muito activa (aérea), sendo que dorme com os olhos entreabertos; nos sonhos voam, saltam, sobem, correm e vêem árvores altas. Os dentes normalmente são grandes e tortos, com tendência a apodrecer. O indivíduo vata tem tendência a comer depressa e a mastigar mal; as horas das refeições e a quantidade de alimento ingerido são irregulares. O seu andar é harmonioso e elegante, reflectindo um amor pelos prazeres sensuais (sabores, canto, dança, caça). Aprendem muito facilmente, pois são bastante curiosos e adaptam-se rapidamente a novas situações. São muito sensíveis, apreciam a arte e a natureza. As mulheres têm menstruação irregular ou difícil e podem ter dificuldades pré-menstruais, com dores agudas.

Em termos psicológicos são pessoas muito inseguras e inquietas. Falam muito depressa e fazem muito barulho. São pessoas criativas, activas e atentas. Aprendem rapidamente, mas a sua memória é fraca. São pouco tolerantes e tendem para o nervosismo e medo. Tendem a tomar decisões precipitadas. As emoções muitas vezes mudam drasticamente. A sua figura é associada ao cão, ao chacal, ao camelo, ao coiote, ao rato e à coruja.

É claro que é muito pouco provável encontrar alguém que corresponda a todas as características anteriormente referidas, pois o vata é também influenciado pelos outros doshas. Por outro lado, Sem o vento (elemento vata), pitta e kapha não se moveriam, por isso qualquer disfunção vata altera o movimento dos outros doshas, perturbando-os.

O dosha vata é descrito como sendo a causa principal da maioria das perturbações fisiológicas, pois regula os processos nervosos envolvidos no movimento, nas emoções, nos pensamentos, nos actos de comer e beber, bem como no nosso funcionamento geral. As perturbações de vata têm consequências muito abrangentes, e como este trabalho tende a apresentar tratamentos para o desequilíbrio de vata, será importante enumerar as características deste dosha quando em equilíbrio e enquanto desequilibrado.

Um vata equilibrado apresenta características como:
× Funções orgânicas reguladas;
× Movimentos normais associados à ingestão de alimentos, à digestão e à excreção;
× Actividade mental controlada e precisa;
× Controlo dos órgãos de percepção e acção;
× Estimulo dos sucos digestivos;
× Desejo de ter uma vida activa, vitalidade e interesse natural;
× Secagem normal de descargas excessivas;
× Função respiratória normal;
× Padrão regular do sono;
× Nível de energia excelente;
× Criatividade e rapidez mental;
× Imaginativo;
× Rápido a aprender novas informações, mas também rápido a esquece-las;
× Facilmente excitável sexualmente, mas também facilmente satisfeito;
× Fala e anda depressa;
× Personalidade engraçada;
× Tendência para agir por impulsos;
× Alternância de humores;
× Cheio de entusiasmo e alegria;
× Aptidão para a concepção;
× Desenvolvimento saudável do feto;
× Parto natural;
× Actividade mental; controle e guia de processos mentais;
× Bom controlo dos órgãos de percepção e das reacções dos órgãos executivos;
× Coordenar o excesso de descarga patológica provocada pelos outros dois humores;
× Reforço do fluxo da vida.
× Temperaturas quentes. Mantém-se quente no frio;
× Alimentos cozinhados e quentes;
× Vai dormir cedo;
× Evita estimulantes.

Este dosha, como os outros dois, divide-se em cinco sub-doshas que governam, cada um deles, uma função ou sistema do organismo. Apesar do lugar clássico da energia vata como um todo seja o cólon (importante quando queremos tratar situações relacionadas com vata), estes cinco sub-doshas estão localizados em vários centros do corpo e possuem funções específicas. Estes cinco sub-doshas são:

· Prana vata: encontra-se no coração, no cérebro, na face e no peito com locais secundários nos olhos, nos ouvidos, no nariz e na língua. Determina o nosso espírito e liga-o ao corpo e à mente. É o líder dos outros quatro sub-doshas de Vata, para além de gerir os cinco sentidos, os pensamentos, a saúde e o crescimento correctos. Mantém ou contém Budhi (inteligência); mantém e controla Manas (mente); cria a capacidade de pensar, raciocinar, sentir e dar tom às emoções, positivas e negativas. Quando equilibrado deixa a mente clara e alerta, dá alegria e vivacidade. Controla a frequência cardíaca e a actividade dos sentidos; responsável pela inspiração; deglutição, erectas ou vomitar, espirrar; cuspir saliva e muco. Responsável pela percepção e movimento de todos os tipos. Assim como o dosha vata lidera o corpo como um todo, também o Prana Vata é considerado o mais importante dos sub-doshas. Mantê-lo saudável é vital para o bom funcionamento de todo o corpo.
· Udana vata: significa “ar que se move para cima” e localiza-se na garganta e pulmões. A sua principal função é a memória. Controla a expiração, o processo da fala (cria as vibrações das cordas vocais), os movimentos ascendentes no corpo e o crescimento das crianças. Confere a força para sustentar os objectos e a habilidade de perceber sensações com a língua. Também dá brilho à pele.
· Samana vata: significa “ar que equilibra” e encontra-se no estômago e intestinos. Controla o plexo solar, o movimento dos alimentos e os movimentos peristálticos. Mantém aceso e regulado o fogo da digestão (jataragni), regula o apetite, empurra os alimentos digeridos aos condutos linfáticos para a sua distribuição pelo corpo, separa a matéria fecal do Rasa e dirige o Prana Vayu e o Apana Vayu a fim de que a matéria fecal seja eliminada. As energias primárias para a digestão são o agni (fogo digestivo) e o pachaka pitta (principal fonte de energia para a digestão e manifesta-se na forma de enzimas), mas o Samana Vata fornece o ar necessário para uma completa combustão do fogo.
· Vyana vata: significa “ar dominante” e encontra-se em todo o sistema nervoso, sistema circulatório e pele. Permite que a energia do corpo se retraia à área do coração durante o sono e que volte ao corpo ao despertar espreguiçando. Regula a respiração e ajusta as funções corporais durante os exercícios para prevenir o esgotamento. Governa a circulação em diferentes aspectos, mas particularmente o ritmo cardíaco, contracção e dilatação venosa, pressão sanguínea e a circulação periférica. Também movimenta as pálpebras. É também responsável pela formação de suor e sensação ao toque.
· Apana vata: significa “ar que se move para baixo” e localiza-se no cólon e na base do abdómen. Tal como o Udana Vata leva a força vital para cima e apoia a evolução da consciência humana, o Apana Vata transporta-a para baixo e tende a limitar a consciência. Este sub-dosha de movimento descendente é responsável pela eliminação dos detritos e, fora do tracto digestivo, pela função sexual e também pela menstruação. O cólon é considerado a sede principal de Vata, sendo onde podem surgir os primeiros sintomas de desequilíbrio desse dosha.
Os desequilíbrios do vata são de longe os mais vulgares e podem ter a sua origem em diversos factores. Os hábitos alimentares, por exemplo, podem aumentar o vata, bem como alimentos de sabor inapropriado como veremos mais à frente no trabalho. Os efeitos de um vata desequilibrado incluem:

× Funções orgânicas debilitadas;
× Inibição dos movimentos associados à ingestão de alimentos, à ingestão e à excreção;
× Inactividade e confusão mentais, memória debilitada;
× Perturbações na percepção e acção, sentidos dormentes e reacções lentas;
× Deficiências nos sucos digestivos;
× Perda de energia e de interesse pela vida;
× Descargas orgânicas persistentes;
× Desordens respiratórias;
× Insónias, sono interrompido;
× Fadiga inespecífica, ansiedade, intolerância fria, enfraquecimento da Força Vital;
× Todos os tipos de doenças ligadas aos nervos e músculos;
× Convulsões e cãibras;
× Paralisia (devido a vata reduzido);
× Todos os sintomas de deficiência das vitaminas do complexo B;
× Dores no corpo;
× Espasmos;
× Cólicas;
× Sensibilidade ao frio;
× Palpitações;
× Mente agitada;
× Calafrios e tremores;
× Tendem para a preocupação e medo;
× Pessoas com desequilíbrios de vata tendem a usar remédios para dormir, tranquilizantes e relaxantes musculares;
× Na infância e adolescência têm dores inexplicáveis nos músculos e ossos;
× Preocupação, ansiedade, excesso de actividade mental, insónia, problemas neurológicos, soluços, asma e outros problemas respiratórios, dores de cabeça devidas à tensão (sintomas de Prana Vata em desequilíbrio);
× Tosse seca, dores de garganta, amigdalite, dores de ouvido e fadiga generalizada (sintomas de Udana Vata em desequilíbrio);
× Digestão lenta ou muito rápida, gases, diarreia, contracções do estômago, assimilação inadequada de nutrientes, formação de tecido emaciado (sintomas de Samana Vata em desequilíbrio);
× Pressão alta e má circulação do sangue, irregularidade cardíaca, stress relacionado a doenças nervosas (sintomas de Vyana Vata em desequilíbrio);
× Prisão de ventre, diarreia, gases, cólicas intestinais, colite, moléstias genito-urinárias, problemas menstruais, inchaço da próstata, disfunções sexuais, dores lombares e espasmos musculares (sintomas de Apana Vata em desequilíbrio).

Apesar de todas estas características, nem sempre é fácil assegurar que é o vata que se encontra em desequilíbrio, pois sintomas do desequilíbrio dos outros doshas podem também se fazer notar. Assim sendo, o Vaidya (médico ayurvédico) deve começar o exame ao paciente por 8 pontos que mostrarão claramente se o vata é excessivo, são eles:

ü O pulso (nadi) é fraco, rápido e “tipo cobra”;
ü A cara (akriti), nomeadamente a cor da pele, é escura;
ü A pele (sparsa) é fria, áspera, seca e azulada;
ü Os olhos (drika) não possuem brilho nem humidade; as pupilas estão contraídas;
ü A língua (jihva) é azulada com muitas ranhuras; os lábios são secos;
ü A voz (shabda) é quebrada, dura e sem força; poderá existir uma tosse seca;
ü A urina (mutra) é amarela escura;
ü As fezes (malam) são duras, secas e escuras.

As manifestações acima referidas são referentes ao vata em excesso, pois é a situação mais comum (o vata reduzido é muito pouco comum). As manifestações para o vata reduzido incluem:
× Decréscimo da actividade geral do corpo;
× Grande letargia;
× Depressão;
× Apatia mental.

De acordo com a antiga tradição hindu, no princípio a Terra e o céu era um único elemento. Depois, quando separados através do poder da Vontade Divina, a força vital surgiu e manifestou-se entre esses agora dois elementos, sustentando todos os seres vivos. Esta força vital transformou-se nos cinco elementos e nos três doshas, que constituem o núcleo do entendimento ayurvédico de saúde. Os tipos específicos de doenças e tratamentos para estas situações serão descritos mais à frente neste trabalho. Para já descreverei os sete tecidos que, segundo a medicina ayurvédica, compõem o organismo humano e que são muito importantes para o estado de saúde.

As Doenças
Como tenho afirmado ao longo deste trabalho, o objectivo da medicina ayurvédica é alcançar e manter o estado de saúde, evitando as doenças. O estado de saúde implica a presenças das seguintes condições: doshas equilibrados, funcionamento normal do agni, produção e eliminação eficaz dos malas, funcionamento normal dos cinco sentidos e harmonia completa de corpo, mente e espírito.

Todas as doenças fisiológicas podem, também elas ser classificadas de vata, pitta e kapha, de acordo com a sua manifestação. Todas as doenças manifestam o dosha que as origina. Um facto interessante é que a maioria das doenças que afectam a humanidade são vata. As fontes ayurvédicas descrevem 80 doenças típicas de vata.

As doenças vata incluem a maioria das perturbações do sistema nervoso, dores de cabeça, insónias, paralisias, epilepsia, prisão de ventre e artrite. Elas revelam movimentos anormais das energias do corpo, dores atrofia dos tecidos, frio e secura. O dosha vata é agravado durante o Inverno e o Outono.

As principais doenças atribuídas a vata são:
× Unhas estaladiças (Nakhabheda);
× Pés estaladiços (Vipadika);
× Dores nos pés (Padasula);
× Gota nos pés (Padabhramsa);
× Dormência nos pés (Padasuptata);
× Pé chato (Vatakhuddata);
× Tornozelo rígido (Gulphagraha);
× Cãibras na barriga da perna (Pindikodvestana);
× Ciática (Grdhrasi);
× Genu verum (Janubheda);
× Genu valgam (Januvislesa);
× Rigidez da coxa (Urustambha);
× Dores na coxa (Urusada);
× Paralisia (Pangulya);
× Prolapso rectal (Gudabhramsa);
× Tenesmo (Gudarti);
× Dor escrotal (Vrsanaksepa);
× Priapismo (Sephastambha);
× Tensão na virilha (Vanksananaha);
× Dores pélvicas (Sronibheda);
× Diarreia (Vidbheda);
× Peristaltismo aumentado (Udavarta);
× Coxear (Khanjatva);
× Cifose (Kubjatva);
× Ananismo (Vamanatva);
× Artrite sacro-iliaca (Trikagraha);
× Rigidez da coluna (Prsthagraha);
× Dor no peito (Parsvavamarda);
× Cólicas abdominais (Udaravesta);
× Bradicardia (Hrnmoha);
× Taquicardia (Hrddrava);
× Dor de fricção no peito (Vaksa uddharsa);
× Excursões toráxicas diminuídas (Vaksa uparodha);
× Dor aguda no peito (Vaksastoda);
× Atrofia do braço (Bahusosa);
× Pescoço rígido (Grivastambha);
× Torcicolo (Manyastambha);
× Rouquidão (Kanthoddhvamsa);
× Dor na articulação tempora-mandibular (Hanubheda);
× Dor no lábio (Osthabheda);
× Dores nos olhos (Aksibheda);
× Dores de dentes (Dantabheda);
× Dentes soltos (Dantasaithilya);
× Afasia (Mukatva);
× Lentidão da fala (Vaksanga);
× Gosto adstringente na boca (Kasayasyata);
× Boca seca (Mukhasosa);
× Ageusia (Arasajnata);
× Anosmia (Ghrananasa);
× Dores de ouvidos (Karnasula);
× Zumbidos nos ouvidos (Asabdasravana);
× Surdez (Uccaihsruti);
× Perda de audição (Badhirya);
× Ptose (Vartmastambha);
× Entropia (Vartmasankoca);
× Cataratas (Timira);
× Dor picante no olho (Aksisula);
× Depressão do globo ocular (Aksivyudasa);
× Dor na têmpora (Sankhabheda);
× Dor frontal (Lalatabheda);
× Pálpebras descaídas (Bhruvyudasa);
× Dor de cabeça (Siroruk);
× Caspa (Kesabhumisphutana);
× Paralisia facial (Ardita);
× Monoplegia (Ekangaroga);
× Poliplegia (Sarvangaroga);
× Hemiplegia (Paksavadha);
× Convulsão crónica (Aksepaka);
× Convulsão tónica (Dandaka);
× Desmaio (Tama);
× Vertigens (Bhrama);
× Tremor (Vepathu);
× Bocejo (Jrmbha);
× Soluços (Hikka);
× Astenia (Vissada);
× Delírio (Atipralapa);
× Secura e rigidez (Rauksa parusya);
× Falta de sono (Asvapna);
× Vermelhidão (Syavarunavabhasta);
× Instabilidade mental (Anavasthitacittatva).

Estas são as 80 doenças que se atribuem ao dosha vata desequilibrado. Embora sejam associadas ao vata, algumas delas podem também surgir aquando do desequilíbrio de outro(s) dosha(s). Devemos ter em atenção que um desequilíbrio num dosha vai também desequilibrar os outros doshas, sendo que as manifestações da doença em causa podem ser referentes a um ou mais doshas. Como os doshas são a energia que governa o corpo e a mente, são muitas vezes eles que causam e são a origem das doenças.

A medicina ayurvédica defende que as doenças têm três causas principais:
ü Má utilização da mente e corpo;
ü Má associação dos órgãos dos sentidos com os objectos dos sentidos;
ü Influências do tempo e do clima.

Tratamento do desequilibro de Vata
O tratamento ayurvédico inclui muitas actividades como a meditação, a dieta, a aromaterapia, a auto-massagem, as ervas e rotinas como o jejum e a purificação. Tentarei apresentar algumas das soluções para desequilíbrios vata.

Meditação
De acordo com a Ayurveda, a meditação é a chave de qualquer tratamento. Sem ela, não se completa o verdadeiro potencial curador da mente humana.

A meditação é uma técnica que permite à mente humana a obtenção de uma calma verdadeira e profunda. A meditação é um dos mais antigos meios de acalmar a mente e da alma. Durante ela, a atenção é voltada para o nosso “eu” interior, de onde vem a verdadeira fonte dos pensamentos e prazer. Isto pode resultar numa grande expansão da consciência e num aprofundar do conhecimento interior. A meditação pode ser praticada por qualquer pessoa, sem qualquer pré-requisito, a não ser força de vontade e empenho.

Derivada do latim palavra "meditatio", que significa "todos os tipos de exercício físico ou mental". Apesar desta sua origem e significado, a palavra meditação é, hoje em dia, mais utilizada para referir “contemplação” ou “reflexão interna”. Em sânscrito, a palavra usada para descrever a latina meditação, é “dhyána”. O significado sânscrito é um pouco diferente pois refere-se ao acto de permitir à consciência uma elevação às energias mais subtis da mente. Há quem diga que a verdadeira meditação só acontece realmente quando “o observador, o objecto observado e o ato da observação se fundem numa só coisa”. É assim muito difícil haver unanimidade na definição de meditação.

A meditação acarreta muitos benefícios para quem a pratica correctamente. Quando a mente está concentrada numa determinada região do corpo, o fluxo sanguínea dirige-se mais a essa região o que aumenta o fornecimento de nutriente, o aporte de oxigénio, a remoção de detrito e, consequentemente, um melhoramento do funcionamento celular. Outra grande vantagem é o facto de a meditação aumentar a capacidade de concentração, o que dá a quem a pratica, um aumento de rendimento em actividades que requeiram essa capacidade.

A meditação tem começado a ser recomendada no tratamento de doenças, na transformação da estrutura molecular e genética, no tratamento de doenças mentais, na aceleração do processo de aprendizagem, entre outros. Alguns dos benefícios da meditação incluem: diminuição do consumo de oxigénio, diminuição da frequência respiratória, aumenta a circulação sanguínea, diminuição da frequência cardíaca, leva a um nível superior de relaxe, reduz o número de ataques de ansiedade, diminuição da tensão muscular, diminuição das dores de cabeça, aumenta a confiança, aumenta os níveis de serotonina (baixos níveis estão associados a depressão, obesidade, insónias e dores de cabeça), ajuda em doenças crónicas com alergias e artrites, reduz os sintomas do síndrome pré-menstrual, ajuda na recuperação pós-operatória, aumenta a eficácia do sistema imunológico e reduz a actividade de vírus e stress emocional.

A meditação mostra-se ainda muito útil quando falamos de problemas da mulher e da gravidez. A mulher quando constitui família e/ou engravida passa a desempenhar papel de esposa e mãe que, muitas vezes, não a deixa desempenhar o seu próprio papel, o papel do seu “EU”. Assim, a meditação mostra-se muito útil para que a mulher se conheça e se comporte de acordo com isso, sem pressões exteriores e sem medos ou angústias. A meditação pode ainda ajudar a mulher nos casos de neuroses, medos ou conflitos, que podem ser causadores de stress. A meditação torna-se ainda muito útil para harmonizar e sintonizar as emoções da mãe com o seu bebé.
Conclui-se então que em caso de patologia será de todo o interesse o indivíduo optar pela meditação como meio para atingir a saúde completa. Sendo o indivíduo vata algo susceptível a problemas de sistema nervoso e muscular, é de todo indispensável a meditação.
Alimentação
O Ayurveda afirma que a saúde depende em muito do modo como o nosso sistema digestivo nutre o nosso organismo. Esta capacidade de nutrição é determinada pela qualidade dos alimentos que ingerimos, mas também pela maneira como elas são assimiladas. Podemos dizer que somos o que assimilamos, porque nem tudo o que comemos irá passar a nosso constituinte orgânico. A Ayurveda usa a alimentação para prevenir a tratar as doenças. Além de devermos comer bem e assimilar bem, também devemos ter um organismo capaz de eliminar correctamente os resíduos orgânicos. Os intestinos e, consequentemente, as fezes, têm grande importância nesta tarefa indispensável à saúde.

O Ayurveda encara as doenças como tendo causa psicossomática, portanto a mente desempenha um papel fundamental no funcionamento do aparelho digestivo. Por exemplo, stress, medo, nervosismo, ansiedade, paixão, são todos capazes de desencadear reacções anormais no tubo digestivo.

Um dos principais problemas da alimentação actual é o facto de não ser orientada especificamente para cada indivíduo. Isto é de todo errado porque cada pessoa digere e assimila de maneira diferente os mesmos alimentos. A Ayurveda encara a alimentação como um “remédio” que deve ser individual. O sistema nutricional ayurvédico é um sistema que responsabiliza o paciente pelo cumprimento das regras da alimentação e é também um sistema que visa o melhoramento, liberdade e longevidade de cada ser.
Para equilibrar o dosha vata recomenda-se:
◌ Comida quente, texturas moderadamente pesadas;
◌ Sabores doce, amargo e salgado;
◌ Comidas que satisfaçam;
◌ Como vata é um dosha frio e seco, recomendam-se alimentos quentes para a sua estabilização;
◌ Alimentos frios como bebidas frias, saladas frias vegetais verdes crus, são desequilibrantes de vata;
◌ O pequeno-almoço é altamente recomendado. Usar alimentos quentes como creme de arroz ou trigo, ou qualquer alimento que seja quente, doce e líquido;
◌ Tomar um chá quente na hora do lanche. Evitar bebidas com alta concentração de cafeína;
◌ Usar alimentos quentes e húmidos como grãos e cereais cozinhados ou sopa de vegetais cozinhados;
◌ Tomar leite quente. Pode adicionar-se açúcar ou mel. Deve evitar-se guloseimas;
◌ Os frutos doces são recomendados;
◌ Tomar água quente ou morna em vez de bebidas frias.

Uma dieta para desequilíbrio de vata inclui, por exemplo, alimentos que tendem a criar mais estabilidade, solidez e constância na fisiologia irrequieta de uma pessoa vata. Assim, uma pessoa cujo dosha predominante seja vata deve assegurar que a sua alimentação não provoca um aumento ainda maior no seu vata. Os alimentos que devem ser privilegiados na alimentação vata são:
× Adoçantes: mel, melaço, açúcar mascavado e açúcar de cana;
× Lacticínios: queijo, leite desnatado, iogurte e ghee;
× Óleos: óleo de coco, óleo de mostarda, azeite de oliva, ghee e óleo de gergelim - criam o peso necessário para vata ficar mais estável, constante, perseverante e forte (o óleo o sésamo e de oliva são os mais recomendados);
× Cereais: arroz bastami, arroz integral pequeno, trigo, aveia, cuscuz e centeio - as massas de trigo branco ou integral em alimentos doces ou salgados são muito pacificadores para vata;
× Vagens: Mung dahl, tofu e lentilhas;
× Frutas: frutas doces, abacates, mangas, papaias, ameixas, uvas, pêssegos, cerejas, figos, cocos, laranjas, ananás, azeitonas, limões, limas, melões, morangos, framboesas, bananas e damascos;
× Vegetais: vegetais cozinhados, batata-doce, inhame, agriões, espargos, feijão verde, alcachofras, quiabo, beterrabas, cenouras, nabos, beringelas, abóboras e cebola cozida - Sopas caudalosas feitas com bons óleos vegetais e temperos que pacificam vata;
× Sementes: semente de girassol, semente de abóbora, semente de gergelim, castanha, avelã, amêndoas e nozes (as amêndoas são as mais recomendadas);
× Ervas/Condimentos: quase todas com moderação, gengibre, canelas, cominhos, cardamomo, coentros, cravinho, rábano bravo, assa-fétida, funcho, canela, orégãos, alho, erva-doce, hortelã, anis, pimenta preta (uso fugaz), alcaravia, sal marinho, noz-moscada, açafrão-das-Índias, basílico, alho, fenacho e cravo-da-Índia, pimenta da Jamaica;
× Bebidas: sumos de frutas, chás de ervas e água quente;
× Produtos animais: frango, peru, peixe, ovos e frutos do mar (todos em pequenas quantidade).

Existem também, no entanto, alimentos que devem ser reduzidos ou excluídos no tratamento de perturbações de vata. São eles:
× Frutas: maçãs, peras e frutos secos (podem ser consumidas maçãs e peras cozidas);
× Vegetais: evitar os vegetais crus, couve-flor, espinafre, aipo, repolho, cogumelos, ervilhas, alface, batata, brócolos, brotos e feijão - em excesso podem criar gases, típico agravamento de vata (exceptuando o repolho, estes vegetais referidos podem ser consumidos quando cozidos);
× Cereais: milho, trigo-sarraceno;
× Lacticínios: nata;
× Produtos animais: carnes vermelhas;
× Óleos: óleo de milho, óleo de soja e margarina;
× Ervas/Condimentos: evitar especiarias em grandes quantidades;
× Adoçantes: açúcar branco.

Algumas doenças surgem devido a incompatibilidades alimentares. Algumas delas são:
o Mel com ghee (em quantidades iguais);
o Iogurte com alimentos quentes, leite, bananas e chá (excepto com plantas equilibradas);
o Leite com óleo, sal, vinagre, bananas, limões, laranjas, sésamo e iogurte;
o Vinagre com sementes de sésamo;
o Arroz com vinagres;
o Carne com sésamo, vinagre e mel;
o Alimentos e bebidas quentes com alimentos e bebidas frias;
o Bebidas frias após comer melão.

AromaterapiaAromaterapia é a arte de utilizar os Óleos Essenciais para recuperar ou manter a saúde, a beleza e o bem-estar. É a transformação do corpo e da alma através das essências das plantas, ao seja, actua a nível físico, energético, psicológico e espiritual.

Os óleos essenciais de muitas plantas são usados em massagens, inalações de vapor ou em difusões de aroma, produzindo odores com efeitos terapêuticos. Os óleos essenciais são, normalmente, voláteis e aromáticos, e são produzidos pelas plantas para atrair insectos, combater doenças e afastar predadores. Quando o odor dos óleos essenciais é captado pelos nossos receptores sensoriais, dá-se uma reacção fisiológica ao nível do sistema límbico que governa as nossas emoções, libido e memória. No Ayurveda estes óleos são utilizados na tentativa de harmonizar e equilibrar os doshas irritados.

Como já referi, os óleos essenciais são utilizados de várias maneiras, sendo a sua forma mais efectiva para vata quando utilizado nas técnicas de massagem. Em difusões e inalações também actuam, embora o seu efeito seja mais reduzido quando falamos em dosha vata.
Cada dosha tem também alguns óleos que lhes são mais próximos. Os óleos essenciais associados a vata e que melhor o acalmam e equilibram são:
ü Lavanda;
ü Cedro;
ü Zimbro;
ü Ylang-ylang;
ü Patchouli;
ü Mirra;
ü Salva;
ü Gerânio;
ü Tulsi;
ü Gergelim;
ü Amêndoas;
ü Damasco.

O uso dos óleos na massagem requer um conhecimento das suas propriedades, bem como conhecimento das técnicas de massagem a efectuar de modo a que a terapêutica tenha os efeitos desejados e previstos.

Os óleos essenciais são líquidos que provêm da destilação das plantas medicinais. Um óleo essencial é composto de uma grande variedade de substâncias (contem inclusive vitaminas e oligoelementos). A quantidade de componentes é tão diversa e contem elementos tão subtis que se torna difícil detectá-los (aqui é onde a ciência pára, porque as diversas propriedades conferidas pelos diferentes compostos vão para além da ciência e do racional, por detrás do óleo essencial está a alma da planta, a força vital, por isso há que usar o óleo essencial puro; se não a sua capacidade de transformação perde-se).

PROPRIEDADES DOS OLEOS ESSENCIAIS VATA
Óleo essencial de lavanda:
Ø Nome científico: Lavandula officinalis;
Ø O seu nome vem do latim "lavare" que significa purificar;
Ø É um dos Óleos Essenciais mais versáteis e utilizados;
Ø Para obter 1 kg de Óleo Essencial são necessários 250 kg de flores frescas recém colhidas.
Ø Propriedades terapêuticas:
ü Infecções brônquicas e das vias respiratórias;
ü Anti-espasmódico no tratamento de obstipações;
ü Asma;
ü Gripe;
ü Relaxante das fibras musculares;
ü Relaxante do sistema nervoso;
ü Sedativo cardíaco;
ü Tremores;
ü Tratamento da ciática;
ü Catarro crónico e nervoso;
ü Efeito expectorante;
ü Espasmos brônquicos;
ü Infecções da garganta: laringite;
ü Infecções do nariz: sinusite e rinite;
ü Tosse convulsa;
ü Pneumonia;
ü Cardiotónico;
ü Dores de cabeça e enxaquecas;
ü Náuseas;
ü Carminativo: flatulência;
ü Digestivo;
ü Espasmos digestivos;
ü Gengivas débeis;
ü Gastroenterites;
ü Úlceras estomacais;
ü Anti-reumático;
ü Hipertensão;
ü Hemorragias nasais;
ü Hemorróidas;
ü Paralisias;
ü Sarampo;
ü Anti-séptico;
ü Anti-parasitário;
ü Picadas de insectos, cobras e escorpiões;
ü Fístula anal;
ü Febres eruptivas e intermitentes;
ü Cistites;
ü Elimina dores no parto aplicado em massagem na parte de baixo da coluna.
Ø Propriedades mentais e emocionais:
ü Equilibra as emoções alteradas;
ü Sedativo;
ü Calmante geral;
ü Analgésico;
ü Equilibra o sistema nervoso;
ü Palpitações de origem nervosa;
ü Efeito anti-stress;
ü Relaxe e descanso;
ü Sensação de paz: Harmonia - equilíbrio, serenidade, calma, sossego;
ü Agitação mental;
ü Reacções emocionais violentas;
ü Delírios;
ü Histeria;
ü Medos, fobias, pânico;
ü Sonolência excessiva;
ü Vertigem;
ü Desenvolve espiritualidade;
ü Ansiedade;
ü Impaciência e inquietude;
ü Estados de angústia profunda;
ü Depressão - Cansaço psíquico e nervoso;
ü Choques emocionais;
ü Traumas;
ü Insegurança;
ü Mau humor.
Ø Propriedades sexuais:
ü Amenorreia;
ü Tensão pré-menstrual;
ü Irregularidade na menopausa;
ü Aumento das secreções vaginais;
ü Protege das doenças venéreas;
ü Congestão e dor nos testículos.

Pode-se usar sem problema em todas as fases de gravidez, em doses reduzidas.

Óleo essencial de cedro:Ø Nome científico: Cedrus atlantica;
Ø Os antigos egípcios utilizavam-no para embalsamar, em cosmética e em perfumaria;
Ø Propriedades terapêuticas:
ü Catarro;
ü Congestão;
ü Tosse;
ü Infecções brônquicas;
ü Anti-séptico geral;
ü Balsâmico – expectorante;
ü Catarros pulmonares;
ü Mucolítico;
ü Tónico estimulante circulatório;
ü Artrites, reumatismo;
ü Dores por retenção de urina;
ü Estimulante digestivo;
ü Repelente de insectos;
ü Adstringente;
ü Fungicida;
Ø Propriedades psicológicas e mentais:
ü Tensão nervosa e stress;
ü Transporta paciência e tolerância;
ü Proporciona uma mente clara e limpa;
ü Ajuda a controlar e equilibrar a própria vida. Transporta constância às coisas;
ü Indicado para pessoas que navegam pela vida sem rumo fixo. Também adequado para aqueles que não só pensam no futuro mas também apreciam o presente, de maneira que a sua hiperactividade lhes propõe um desgaste de energia inútil que lhes conduz ao Stress;
ü Interligação com a realidade da própria existência e por sua vez permite um verdadeiro controlo sobre a vida e uma boa analise do passado, presente e futuro;
ü Indicado para estados de ansiedade crónica, estados coléricos, mau humor e irritabilidade;
ü Poderoso calmante.
Ø Propriedades sexuais:
ü Afrodisíaco;
ü Estimulante da resposta sexual;
ü Dá energia;
ü Erecção;
ü Cistites;
ü Leucorreia;
ü Prurido.

Óleo essencial de Ylang-ylang:Ø Nome científico: Cananga odorata;
Ø O seu nome significa "flor de fibres";
Ø Propriedades terapêuticas:
ü Palpitações;
ü Taquicardias;
ü Distonia neurovegetativa;
ü Doença de Parkinson;
ü Tensão nervosa;
ü Anti-séptico;
ü Tónico estimulante da circulação;
ü Picadas de insectos;
ü Regulador da pressão arterial;
ü Infecções respiratórias.
Ø Propriedades mentais e emocionais:
ü Adequadas para pessoas extremamente melancólicas;
ü Calmante para respiração e coração agitados;
ü Tensão nervosa;
ü Combate a apatia, a resignação, a insatisfação;
ü Aumenta o poder de sedução e sensualidade;
ü Potencia a criatividade;
ü Combate o mau humor, especialmente nas mulheres;
ü Revigorante;
ü Anti-stress;
ü Sedativo nervoso;
ü Relaxante;
ü Insónias.
Ø Propriedades sexuais:
ü Frigidez e apatia sexual;
ü Desequilíbrio das funções sexuais femininas;
ü Útil para mulheres que vivem a sua vida sexual sem desejo;
ü Da vitalidade sexual (estímulo erótico feminino);
ü Combate a infertilidade feminina.

É preferível utilizar o Óleo Essencial de Ylang-ylang em sinergia com outros Óleos essenciais a fim de aliviar o seu poderoso aroma.
Óleo essencial de Patchouli:
Ø Nome científico: Pogostemon patchouly;
Ø Propriedades terapêuticas:
ü Infecções da pele;
ü Alivia crises de gota;
ü Anti-séptico geral;
ü Distonia neurovegetativa ou equilibradora do sistema neurovegetativo;
ü Eczema;
ü Doença de Parkinson;
ü Úlceras na pele;
ü Acne.
Ø Propriedades psicológicas e mentais:
ü Aumenta a lucidez e a concentração;
ü Proporciona energia e vigor;
ü Incentiva o diálogo e evita as disputas. Fomenta a harmonia familiar e no casal;
ü Elimina sensações de negatividade e depressão.
Ø Propriedades sexuais:
ü Estimulante da resposta sexual;
üPara as pessoas passivas sexualmente que carecem de estímulos naturais;
üGrande estimulante das sensações e desejos sexuais;
üDesperta as fantasias eróticas;
üCombate a frigidez e o desinteresse;
üPermite um desfrute pleno da sexualidade;
üTransporta harmonia no casal;
üActiva as funções sexuais da mulher;
üCombate a impotência;
üAdequado para as pessoas que não aceitam a sua própria sexualidade.

Óleo essencial de Zimbro:
Ø Nome científico: Juniperus communis;
Ø Nas antigas civilizações utilizavam o Enebro (Zimbro) como um incenso. No Tibete utilizava-se com fins religiosos e medicinais;
Ø Propriedades terapêuticas:
ü Excesso de ácido úrico;
ü Infecções brônquicas;
ü Anti-reumático;
ü Combate a gota;
ü Anti-séptico geral;
ü Previne e protege das doenças contagiosas;
ü Edemas;
ü Activa a circulação de sangue;
ü Estimulante digestivo;
ü Prisão de ventre;
ü Anti-séptico das vias urinárias no caso de infecções;
ü Cefaleia;
ü Cirrose hepática;
ü Cistites;
ü Colesterol;
ü Crescimento;
ü Debilidade geral;
ü Dores musculares;
ü Arteriosclerose;
ü Artrites;
ü Cálculos biliares;
ü Hemorragia pulmonar;
ü Hemorróidas;
ü Indigestão;
ü Leucemia;
ü Litiase urinária e renal;
ü Chagas;
ü Tónico estomacal;
ü Tonificante de pele;
ü Úlceras varicosas;
ü Varizes;
ü Vitaliza o sangue.
Ø Propriedades mentais e emocionais:
ü Incrementa a auto confiança, a sensação de paz, a sabedoria interior, a convicção;
ü Permite a interligação com os outros, com tolerância, paciência, carinho e respeito;
ü Dá forca e vitalidade;
ü Adequado para estados de cansaço emocional, sentimentos de culpabilidade, perda da confiança em si mesmo, ansiedade, debilidade, insatisfação;
ü Para pessoas muito activas e seguras de si mesmas mas com muito pouca paciência e tolerância para com os outros, o que normalmente as leva a estar sós;
ü Indicado em situações de medo ao fracasso, medo de perder a imagem ou estatuto, dificuldade em ver o bom nos outros;
ü Falta de vitalidade sexual;
ü Desenvolvimento gradual da mente e espírito;
ü Dá liberdade de acção com absoluta tranquilidade;
ü Combate a fadiga, o stress e as insónias;
ü Nevralgia dental;
ü Purifica o sangue;
ü Purifica o ambiente de vibrações negativas;
ü Purifica os edifícios e as casas;
ü Limpeza da aura;
ü Desintoxicação física e psíquica;
ü Transporta concentração mental.
Ø Propriedades sexuais:
ü Esterilidade;
ü Hemorragias menstruais;
ü Irregularidades na Menopausa;
ü Amenorreia;
ü Menstruação Dolorosa, escassa ou ausente;
ü Provoca a menstruação.

Óleo essencial de Salva:
Ø Nome científico: Salva lavandulifolia;
Ø O nome provem do verbo latino "Salvare", porque eleva o espírito, salva-o e liberta-o. Os romanos consideravam-no a "erva sagrada" porque permitia aceder a sabedoria interior;
Ø Propriedades terapêuticas:
ü Infecções brônquicas;
ü Infecções digestivas;
ü Diarreia;
ü Infecções intestinais;
ü Asma;
ü Distonia neurovegetativa;
ü Chagas;
ü Picadas de insectos;
ü Hipotensão;
ü Anti-glicemiante. Coadjuvante do tratamento diabético;
ü Diurético;
ü Tónico cerebral.
Ø Propriedades psicológicas e mentais:
ü Falta de sabedoria e de visão;
ü Falta de aprendizagem e conhecimento;
ü Ataques de loucura;
ü Facilita a aprendizagem;
ü Transporta convicção, reflexão, introspecção, auto-análise;
ü Ajuda a aprender com os fracassos e a não repetir erros;
ü Combate o desalento, a depressão e os estados de choque.
ØPropriedades sexuais:
ü Activa as funções sexuais da mulher;
ü Afrodisíaco;
ü Detém a lactação;
ü Combate a amenorreia;
ü Combate a falta de secreção vaginal;
ü Incrementa a fertilidade na mulher e no homem;
ü Aumenta a quantidade e qualidade do sémen.

Óleo essencial de Gerânio:Ø Nome científico: Pelargonium graveolens;
Ø Existem mais de 200 variedades de Gerânios;
Ø Propriedades terapêuticas:
ü Analgésico, anti-séptico e cicatrizante;
ü Diurético;
ü Estomatites;
ü Aftas;
ü Litiase renal;
ü Potencializa o sistema imunológico;
ü Anginas;
ü Reumatismo. Gota;
ü Anti-glicemiante;
ü Coadjuvante do tratamento anti-diabético;
ü Dor de garganta;
ü Estimula o córtex supra-renal;
ü Garganta ulcerada;
ü Gastroenterites;
ü Dermatites;
ü Diarreia;
ü Eczema (seco);
ü Leucorreia;
ü Herpes;
ü Hemorragias pulmonares;
ü Neuralgia;
ü Normalizador do sistema circulatório;
ü Repelente de insectos.
Ø Propriedades mentais e emocionais:
ü Reforça a auto-estima na mulher;
ü Equilíbrio;
ü Segurança;
ü Satisfação;
ü Desenvolve a criatividade;
ü Para pessoas a quem lhes custa fixar ideias;
ü Para aqueles que carecem de forca de vontade;
ü Desenvolve o hemisfério direito do cérebro;
ü Incapacidade de levar uma ideia a pratica;
ü Luta contra estados de frustração;
ü Stress, pois é sedativo;
ü Depressão;
ü Mudanças excessivas de humor;
ü Combate a rigidez mental;
ü Estados emocionais de crises.
Ø Propriedades sexuais:
ü Regula, estabiliza e harmoniza o sistema hormonal ou endócrino da mulher;
ü Estimula especialmente as hormonas produzidas pelas glândulas supra-renais;
ü Hemorragias menstruais irregulares;
ü Atenua os efeitos da menopausa;
ü Alivia os sintomas da tensão pré-menstrual;
ü Amenorreia ou ausência de períodos;
ü Aumenta as secreções vaginais;
ü Aumenta a produção de estrogénios;
ü Incrementa a fertilidade feminina;
ü Muito útil par aplicar em mulheres que tenham sofrido um aborto;
ü Ajuda em situações de quistos mamários.

Não administrar durante os 5 primeiros meses de gravidez.

Óleo essencial de Amêndoas:Ø É adequado para todo o tipo de Peles inclusive as infantis e as das pessoas mais idosas;
Ø É de grande utilidade para as Peles quebradiças ou gretadas;
Ø E um bom desmaquilhante;
Ø Fortalece os cabelos secos e débeis;
Ø Favorece a desaparecimento de escamas do couro cabeludo;
Ø Aplicado diariamente durante a gravidez, a partir da concepção, previne de maneira eficaz o aparecimento de estrias na barriga, músculos e busto. Se aplicar no busto não aplicar no mamilo porque o tornaria mole e a sucção do bebe seria incómoda.

PRECAUÇÕES NO USO DOS ÓLEOS ESSENCIAIS
A utilização de óleos essenciais, requer alguns cuidados para que os efeitos pretendidos sejam atingidos e para que não surjam outros que não se pretendem. Assim:
× Não devemos usar óleos essenciais em forma de injecção no corpo;
× Devemos utilizar óleos essenciais absolutamente puros;
× Não administrar óleos essenciais por via tópica em pessoas com antecedentes alérgicos;
× Manter-se protegido dos raios solares uma vez aplicados sobre a pele devido a sua foto sensibilidade;
× Manter os óleos essenciais fora do alcance das crianças;
× Em caso de acidente, se tiver ingerido grande quantidade de óleos essenciais, TOMAR imediatamente de 1 a 3 colheres de azeite e recorrer a um centro hospitalar mais próximo;
× Ao redor dos óleos aplicar menos doses de óleos essenciais, por tratar-se de uma zona extremamente sensível;
× Utilizar os óleos essenciais com precaução e em doses baixas.
Jejum
O jejum é recomendado aos indivíduos saudáveis e doentes. É um tratamento inicial muito eficaz para muitas doenças, pois elimina as toxinas e fortalece o fogo digestivo (agni). Durante o jejum, o agni está alto e começa a queimar as toxinas do sistema digestivo.
A medicina ayurvédica descreve muitos métodos de jejum, que vão desde o uso da água, aos caldos, chás e sumos. O jejum deve ser feito com acompanhamento médico, pois pode provocar graves consequências se for feito de maneira errada.
De acordo com a medicina ayurvédica, o jejum devia ser praticado uma vez por semana, e nos indivíduos vata a duração do jejum não deve nunca exceder os três dias, pois o jejum aumenta o ar e a leveza, o que provoca um aumento e irritação do dosha vata.
É importante que o jejum seja adequado às limitações do organismo e que os objectivos da sua realização sejam realistas. O jejum deve estimular os órgãos metabólicos e de excreção. O jejum torna-se seguro quando praticado por um organismo já adaptado, preparado, educado e quando se aproveita para despertar a consciência. Assim é possível minimizar possíveis consequências prejudiciais. Quando não se verificam excessos irracionais (bruscos e inadequados) pode ser útil na prevenção do desenvolvimento de doenças ou atenuante de alguns desequilíbrios. O jejum é saudável, quando feito em repouso, quando se garantem os fluidos e electrólitos (água, sumos de fruta, infusões), quando se aproveita para fazer além de uma purificação física, uma introspecção e aproveitar para admirar o que nos rodeia.
O jejum é útil:
ü Em dias de baixa actividade, curta duração de tempo;
ü Assegurando uma ingestão de líquidos suficiente;
ü Assegurando uma ingestão calórica mínima;
ü Quando não compromete as funções vitais;
ü Não altera radicalmente a engrenagem metabólica.

As recomendações dos jejuns devem partir de um médico ayurvédico que domine esse aspecto. Alguns dos métodos mais comuns são a água de fonte ou poço, chás de ervas (ginseng, sassafrás, hidraste, framboesa e gengibre) e sumos de vegetais (cenoura, raiz de beterraba, aipo, gengibre e barrilha).
A quantidade de líquido a ingerir por dia durante o jejum varia entre 1 a 2 litros. Não se aconselha a toma de sumos de fruta durante os jejuns porque estes aumentam as toxinas presentes no organismo. Apenas o sumo de limão pode e deve ser utilizado. Os chás de pimenta preta, pimentão, Caiena, gengibre seco, assa-fétida, Basílio e cardomo aumentam a eliminação das toxinas.
Enquanto se jejua deve tomar-se atenção aos níveis de energia física e mental, se estes diminuírem drasticamente, o jejum deve ser interrompido de imediato.

Rotina Diária (Dinacharya)
Dinacharya em sânscrito significa: Di (dia) e acharya (para seguir/para cumprir). Dinacharya é uma das melhores actividades para nos mantermos equilibrados, prevenir a doença e tratar muitas delas. Devemos seguir a nossa rotina de acordo com a rotina natural da vida, e não contra ela. Ciclos como o ciclo solar, lunar e terrestre, têm grande importância na nossa rotina.
Quando o estilo de vida é equilibrado e harmonioso, o estado de saúde mantém-se e o bem-estar prevalece, reforçamos a força e a inteligência que já são intrínsecas ao nosso ser. Esta rotina inclui actos como o levantar cedo, purificar e exercitar o corpo, meditação e hora das refeições. Assim, conseguimos alimentar o nosso corpo e alcançar os objectivos a que nos propomos.
A Ayurveda aconselha a que nos levantemos antes do nascer do sol, entre as cinco e as seis da manha (de acordo com a estação do ano). A dosha vata tem a sua energia mais elevada entre as duas e as seis da manha. Na Ayurveda a noite é dividida em 16 períodos, e é no 14º período que devemos acordar, que é por volta das cinco da manha. Esta é a hora em que o ar está mais limpo e puro. Algumas excepções a esta regra são pessoas muito jovens, idosos, pais com filhos pequenos e pessoas com febre ou diarreia. Devemos então respirar fundo e olhar para nós apreciando e respeitando o que somos.

Depois, devemos esvaziar a bexiga e intestinos para expulsar as toxinas do dia anterior. Se o indivíduo não estiver habituado a este processo e sentir algumas dificuldades, tomar um copo de água morna pode ajudar na movimentação dos intestinos. Os vata devem tomar a água em copo de cobre ou latão e de seguida comer 22 passas. De seguida, devemos limpar os dentes, língua e rosto. São recomendadas pastas de dentes de sabor picante, ácido ou adstringente. A língua deve ser raspada todas as manhãs, para purificar a boca e o paladar. Devemos depois, gargarejar com um líquido apropriado, nomeadamente água quente ou óleo de sésamo, para purificar a voz e fortalecer os dentes e maxilares, limpando o nódulo linfático supraclavicular. É também altura de cortar as unhas e de os homens fazerem a barba. É ainda aconselhado colocar duas gotas de óleo de sésamo em cada narina pois protege os olhos, ouvidos, nariz (purifica o olfacto) e alimenta os ligamentos e tecidos da cabeça e pescoço; esta prática fortalece os órgãos dos tecidos, confere estabilidade à voz e evita dores de cabeça. Também é recomendado a inalação de fumo de certas ervas medicinais todas as manhas para purificar a mente, cabeça, face, pescoço e pulmões.
De seguida deveríamos efectuar uma auto-massagem (abhyanga). É uma das principais formas terapêuticas que fortalece o corpo e protege-o do envelhecimento. Uma das causas do envelhecimento é a secura da pele que resulta do fraco aporte de nutrientes para as células e fraca capacidade de remoção das toxinas resultantes do seu metabolismo. O óleo de massagem combate a secura, remove líquidos e resíduos estagnados, nutrindo a mente e o corpo. O óleo utilizado deve ser o mais aconselhado para o indivíduo, para assegurar as suas capacidades terapêuticas. É aconselhada uma massagem de 20 minutos, se o indivíduo não tiver esse tempo disponível deverá efectuar a prática durante o tempo que puder, pois é melhor que não saltar esta prática que é vital e saudável.

De seguida é essencial a prática de exercício físico. O tipo de exercício a efectuar deve estar de acordo com a constituição física do indivíduo e com a estação do ano. Normalmente as actividades aconselhadas são yoga, andar, tai chi, nadar e o que fizer a pessoa sentir-se bem. O exercício físico estimula a digestão (potencia o fogo digestivo), a força, a concentração, a leveza, o conforto físico, a flexibilidade e remove a estagnação mental e corporal. O exercício deve ser praticado até utilizarmos um quarto ou metade da nossa força. Enquanto o fazemos devemos respirar devagar e profundamente de modo a absorver bem o Prana e nutrir bem o organismo. O exercício ajuda ainda o óleo que foi usado na massagem a ser melhor absorvido pelos tecidos corporais. O excesso de exercício físico desequilibra a circulação e o dosha vata, por isso os vata devem tomar atenção a esse facto. Se por alguma razão não for possível a prática do exercício de manhã cedo, este deve ser efectuado à tarde antes do jantar, nunca durante a noite.

Após o exercício físico, devemos tomar um banho ou duche para remover a sujidade, a transpiração e a fadiga. O banho deve ser tomado de água quente, embora não se deva lavar o pescoço e cabeça com água muito quente, pois provoca desequilíbrio. Os banhos de água fria aumentam o fogo digestivo. Vestem-se depois roupas lavadas e confortáveis e, se a pessoa utilizar, as suas gemas. As gemas e a roupa lavada podem aumentar a inteligência e a longevidade, e atraem boas vibrações. Devemos sair do banho a sentirmo-nos bem connosco mesmos, sentido capacidade para enfrentar o dia que se segue.

Seguidamente é aconselhada a prática de meditação de alguns minutos até uma hora. Devemos sentar-nos focados e silenciosos, tomando consciência do mundo que nos rodeia. Esta é uma das fases mais importantes da Dinacharya. Após estas actividades segue-se o pequeno-almoço. O pequeno-almoço deve ser leve. Deve beber-se uma bebida nutritiva para combater o envelhecimento, pois para combater o envelhecimento deve aumentar-se o aporte de nutrientes e reduzir o de calorias.

Depois devemos seguir para a nossa actividade profissional. Podendo encará-la com outro espírito. Chegada a hora de almoço, e após só se ter comido um leve pequeno-almoço, o corpo precisa outra vez de ser abastecido. A fome indica que o nosso fogo digestivo está pronto para receber e metabolizar os alimentos, e é esta a altura devida para almoçar. Comer antes da refeição anterior estar digerida é considerada, segundo a Ayurveda, uma das principais causas de doença. Este é um dos hábitos mais difíceis das pessoas adquirirem. Sendo o almoço uma refeição de extrema importância, devemos ter um aporte óptimo de nutrientes e um aporte moderado de calorias. Após a refeição será bom ir dar um passeio a pé, cerca de 20 minutos, para ajudar na digestão dos alimentos. É então hora de voltar à nossa actividade profissional.

Depois da actividade profissional diária, segue-se um óptimo período (o pôr do sol) para uma meditação sobre nós mesmos, é um período em que a mente tem tempo suficiente para tomar consciência de si mesma. Segue-se então o jantar. O jantar deve ser tomado entre as seis e as sete da tarde. Esta refeição deve ser mais leve e em menor quantidade que o almoço. Algumas pessoas que fazem práticas espirituais saltam muitas vezes esta refeição, para que as suas práticas matinais sejam feitas com a energia mais concentrada nessas práticas do que na digestão dos alimentos do jantar, e também para reduzir o número de toxinas presentes. Depois do jantar aconselha-se um passeio agradável com a família e/ou os amigos. Daqui até à hora de dormir devemos estar relaxados e tranquilos, passar algum tempo com a família, amigos, ler ou outra qualquer actividade que nos relaxe.

É chegada a hora de ir dormir. A medicina ayurvédica diz que devemos ir para a cama por volta das 22 horas, o que corresponde à hora do ciclo diário em que o dosha kapha, que regula o sono, está predominante. Um sono repousante assegura força, a felicidade, a virilidade e a longevidade. Uma boa prática antes de dormir é massajar, com um óleo apropriado, a planta dos pés pois é uma actividade relaxante e promove o bem-estar.

Segundo a Ayurveda, é também à noite que se deve ter relações sexuais. A actividade sexual deve ser evitada ao amanhecer e ao anoitecer, depois do exercício físico e durante jejuns. Muitas doenças surgem, segundo esta medicina, pela má utilização das energias sexuais, que se mostra importante no regular das emoções.

A rotina diária acima descrita é apropriada para quase toda a gente, embora possa receber alguns ajustes de acordo com a constituição da pessoa e os seus desequilíbrios dos doshas. Segundo a Ayurveda, o Dinacharya ajuda-nos a exprimir a nossa verdadeira natureza de forma mais livre.

Cromoterapia
Vivemos num mundo dominado pela cor, desde a televisão até aos alimentos que ingerimos. A cromoterapia é uma técnica natural já conhecida pelos egípcios, gregos, chineses, indianos e incas há milhares de anos, que usava o poder das cores para alívio dos seus males. Este é um método terapêutico que funciona de forma a regular em nós os níveis: físico, mental, emocional e espiritual. As cores possuem uma linguagem própria, provocando efeitos a nível do sistema nervoso, mas também emitem vibrações, excitam, acalmam, influenciam os humores e dão energia. A cromoterapia é uma terapia vibracional. As cores são comprimentos de onda e esses comprimentos de onda emitem vibrações que são absorvidas pelo Homem através dos olhos.
É normal reparar que podemos ficar deprimidos nos dias cinzentos de Inverno, mais curtos e sem Sol, e que mal abrimos a janela num dia de Sol, parece que recebemos um extra de energia e alegria. É através do Sol que recebemos todas as cores mas, actualmente, a vida força-nos cada vez mais a permanecer em locais fechados e privados da luz natural. Utilizando as sete cores do espectro solar, a Cromoterapia tenta equilibrar e desenvolver os centros de energia do nosso corpo e também ajudar a estimular o processo de autocura do nosso corpo. A Cromoterapia utiliza a cor para reequilibrar os Chakras que esgotaram a sua energia ou estão em desequilíbrio. As cores utilizadas pela cromoterapia são: Vermelho, Laranja, Amarelo, Verde, Azul, Índigo e Violeta. Quanto mais perto do vermelho estiver uma cor maior é o comprimento de onda e menor a vibração que causa nas células do nosso organismo, quanto mais próximo estiver do indico inverte-se esta situação. As cores mais próximas do indico são forças mais destrutivas, porque o comprimento de onda atinge a célula mais vezes, por ser mais reduzido. O verde é a cor que está ao centro, é a cor da natureza, é a cor neutra, revela o equilíbrio.

As diferentes cores apresentam propriedades únicas e induzem estados diferentes às pessoas.
· Vermelho: Deve usar-se em casos de paralisia porque faz subir a temperatura, fortalece o coração, a circulação e o sangue. É altamente energizante. Estimula apetite. Relaciona-se com o Chakra de raiz na base da coluna vertebral. É a cor da coragem e da força. Ajuda a levantar o ânimo, simboliza a aproximação e o encontro entre as pessoas, porém o exagero pode estimular reacções agressivas, hostis e violentas. O excesso leva ao aumento do vata.

· Laranja: Elimina o estado de depressão. É quente, revigorante e revitalizante. Relaciona-se com o segundo Chakra. É benéfico para problemas menstruais, anemia, obstipação, diabetes e bloqueios mentais e emocionais. Também auxilia na recuperação da depressão e mostra-se benéfico para a anemia, artrite, congestão, rigidez, cansaço e letargia e sinusite. Também é benéfica no tratamento da vesícula biliar ou de pedras nos rins e ajuda a elevar a pressão sanguínea. Representa a vitalidade, saúde, jovialidade e sensibilidade. Em níveis baixos, pode agravar as condições do segundo e sexto Chakras. Diminui a constituição vata.

· Amarelo: Transporta energia positiva, é estimulante e inspiradora. Fortalece os nervos e estimula a actividade mental, as emoções e o intelecto. Actua também na pele e é usada no tratamento do reumatismo e da artrite porque ajuda na dissolução dos depósitos de cálcio nas articulações. Ajuda na concentração, vigia e pensamento lógico. Útil em Infecções urinárias, problemas hepáticos e desordens estomacais e nasais. Acciona as capacidades intelectuais, sendo indicada para os ambientes onde se pretende estimular a comunicação. Ajuda, também, a clarificar as ideias e está associado à flexibilidade e à boa sorte. Aumenta o aconchego, principalmente em locais onde não há luz natural. Diminui a dosha vata.

· Verde: Proporciona o equilíbrio entre as energias positiva e negativa do indivíduo. Possui também grandes propriedades anti-sépticas sendo muito útil em infecções, em desintoxicações e ainda em alguns casos de doenças do coração. O verde é o grande curativo da natureza. Relaciona-se com o Chakra do coração. Tanto o Chakra como a cor têm a ver com a tranquilidade e a capacidade de cura do indivíduo. Diminui o stress, é benéfico no sistema circulatório e reforça o sistema imunitário. Pode ser utilizado na diminuição dos níveis de tensão arterial e no controlo de úlceras. Traz às pessoas uma sensação de paz, sendo por isso indicada para todos os ambientes da casa. Representa esperança, abundância e equilíbrio. Quando usado em excedo aumenta o kapha. Diminui o dosha vata.

· Azul: É excelente para combater a tensão, o medo, as palpitações e a insónia. Reduz a inflamação e é usada no tratamento da laringite, da garganta inflamada, da amigdalite e da papeira. É benéfica também em situações de choque, picadas, na acne, infecções da bexiga, queimaduras, febre, infecções, problemas dos dentes em bebés e erupções cutâneas e dores de cabeça. Destina-se à tranquilidade e à meditação. Está relacionado com o quinto Chakra, o Chakra da garganta. Representa paz interior. Auxilia em desordens da tiróide. Tem função terapêutica equilibradora, por isso é muito indicado para quartos de crianças e adultos hiperactivos, além de banheiros e lavabos. É a cor da purificação, a única capaz de desintegrar as energias negativas. Favorece a inspiração, a amabilidade, a paciência e a serenidade. Usado em excesso pode fazer com que o indivíduo padeça de uma natureza fria. Diminui a constituição vata.
· Índigo: Utiliza-se para o processo de autocura. Relaciona-se com o Chakra do terceiro olho e está associado com a intuição. Beneficia situações de doenças nos olhos, ouvidos e nariz, cataratas, dores de ouvidos, falta de motivação, desordens nervosas e problemas coma a meditação.

· Violeta: É usado em casos de perturbações psicológicas como a esquizofrenia. Fortalece a estrutura das células e é também usada no tratamento da ciática, doenças do couro cabeludo e de todas as perturbações do sistema nervoso. É a cor real e divina. Relaciona-se com o sétimo Chakra, o Chakra da coroa. Tanto a cor como o Chakra estão associados com a nossa grande espiritualidade. É utilizado para a dimensão espiritual. Dores de cabeça, enxaquecas, insónia, infecções renais, irritabilidade e Cálvice podem ser tratados com esta cor. O índigo é uma cor repousante. Deve ser utilizada, de preferência, em ambientes luminosos. Se usada em excesso, pode levar à dispersão. Estimula a intuição e a espiritualidade. Tem influência nas emoções e humores. Simboliza a realeza. Em desequilíbrio pode estagnar ou suprimir as emoções, especialmente a raiva.

Também se utilizam o castanho, cinzento, preto e branco, embora em terapêutica seja muito raro pois são cores que induzem a inércia, o congestionamento e o peso. Contudo aqui ficam as propriedades dessas cores:

· Cinzento: confere objectividade, neutralidade, reduz a emoção e a sensação. Pode ser depressiva e desvitalizante.
· Castanho: é uma cor que confere neutralidade, estabilidade e enraizamento. Pode fazer com que a personalidade do indivíduo fique mais hostil.
· Preto: para algumas religiões simboliza o espiritismo, para outras é associada à morte. Promove a resistência, obstrução, oposição e a animosidade. Aumenta os índices de medo, suspeição e paranóia.
· Branco: promove a espiritualidade, pureza e virtude. É utilizada para curar febres, infecções e dores. Também acalma o coração, a mente, os nervos e as emoções, promove a vitalidade. Em excesso causa passividade, letargia, hipersensibilidade e inibição.

As cores mais indicadas para a constituição vata são: vermelho, laranja, amarelo, azul, branco, dourado, rosa e verde. As que são contra-indicadas são: cores brilhantes, escuras ou claras demais.

A cromoterapia pode ser utilizada de várias formas. Uma delas é a utilização de um feixe de luz de uma determinada cor, direccionado para um órgão ou região do paciente, a uma distância entre 1,5 metros e 3 metros. Também no dia-a-dia utilizamos (quase sempre sem saber) a cromoterapia através do vestuário que usamos. Como usamos roupa todo o dia, o nosso corpo absorve a sua cor e a sua vibração, o que desencadeia alterações em nós, de acordo com a cor que estamos a usar. Também se utilizam cartões que são coloridos de acordo com o efeito terapêutico que se quer obter. Também ingerir água em copos de determinadas cores nos ajuda a absorver as diferentes propriedades dessas respectivas cores.

Assim, a cromoterapia utiliza as cores do espectro solar para desencadear reacções que visam a obtenção da saúde e do equilíbrio do indivíduo, podendo obter esses resultados através de diversas formas de utilização.

Massagem Abhyanga
A massagem abhyanga é também chamada de auto-massagem e faz parte da Dinacharya (rotina diária) aconselhada pela Ayurveda. A medicina ayurvédica desenvolveu a massagem para desbloquear o fluxo da energia vital que percorre o corpo. A massagem é feita com óleos diversos que variam de acordo com a constituição da pessoa em cauda. Os óleos abhyanga mais aconselhados para a constituição vata são o óleo de sésamo, azeite, óleo de amêndoa, óleo de amla, óleo de bala, óleo de gérmen de trigo e óleo de rícino. O principal objectivo da massagem diária é controlar o vata, que é o que mais facilmente se perturba e afecta os outros doshas.
Abhyanga significa em sânscrito “untar” ou “esfregar”. A utilização de óleos na massagem e o seu próprio movimento promovem a nutrição do corpo e a remoção das toxinas pela estimulação da circulação sanguínea e linfática. Como com o passar do tempo o nosso corpo vai ficando cheio de toxinas e, com isso, menos capaz de as remover, a massagem abhyanga é uma actividade essencial para a remoção dessas toxinas acumuladas e para a revitalização do corpo. Assim, a massagem diária é muito útil para prevenir essa acumulação de toxinas e assim permitir que o corpo trabalhe livremente e no seu melhor.

As quatro razões principais para fazer a massagem são: eliminar toxinas e excessos, purificar, rejuvenescer e manter a força. A massagem abhyanga trás vários benefícios para quem a pratica:

ü Promove a suavidade, elasticidade e brilho da pele;
ü Lubrifica os tecidos, músculos e articulações;
ü Aumenta a flexibilidade e revitaliza o corpo;
ü Alimenta os sete tecidos corporais;
ü Desobstrui os canis energéticos;
ü Equilibra aos doshas;
ü Previne a acumulação de toxinas e elimina-as;
ü Promove uma respiração mais profunda e natural;
ü Equilibra o corpo, mente e espírito;
ü Fortalece e impede o envelhecimento precoce;
ü Afasta o cansaço;
ü Desordens dos ossos e dos nervos (desequilíbrio de vata);
ü Melhora a visão;
ü Aumenta a longevidade;
ü Induz ao sono e aos sonhos;
ü Resistência e desarmonia às doenças, pois fortalece o sistema imunológico;
ü Suaviza os males causados pelo vento e muco;
ü Melhora a coloração e textura da pele;
ü Reduz a celulite;
ü Embeleza a pele;
ü Reduz a tensão;
ü Aumenta a resistência às doenças.

De acordo com a Ayurveda o dosha vata é um dos principais causadores de dores e doenças. E isso deve-se, normalmente à obstrução dos seus canis de circulação. O calor gerado pela fricção da massagem, faz o ar do corpo expandir-se e mover-se assim, a circulação do vata alivia a tensão e reduz a dor.

Embora a massagem abhyanga seja recomendada diariamente, ela também possui algumas contra-indicações que se devem ter em conta:
× Pacientes em quimioterapia ou radioterapia;
× Cancro ou qualquer outra patologia em estado terminal;
× Pacientes com HIV, principalmente com sarcoma de Kaposi;
× Gestantes, a não ser que o médico indique o contrário;
× Trombose venosa profunda;
× Infecções, dores associadas e febre;
× Fractura se ainda não estiver consolidada;
× Hemorragias ou qualquer outro extravasamento sanguíneo;
× Erupções cutâneas;
× Náuseas, vómitos e diarreias;
× Psoriase em face activa;
× Veias varicosas em veias importantes;
× Artrite séptica;
× Distensão abdominal, esplenomegalia e hepatomegalia;
× Após uma refeição completa;
× Após a relação sexual.

Se a massagem for realizada por um terapeuta, é de toda a conveniência que esse terapeuta tenha consciência da importância da sua participação enquanto veículo de energia. Qualquer dispersão de energia, pode comprometer os efeitos da massagem. Essas perdas podem dever-se a qualquer fantasia sexual pelo indivíduo que está a ser massajado. O terapeuta deve preparar-se espiritualmente antes de qualquer massagem, alongar e relaxar para reequilibrar as energias corporais e realizar meditação para limpar a mente. Se o terapeuta tiver estas medidas em conta, os efeitos da massagem são assegurados.

Sendo a massagem realizada pelo próprio indivíduo, este deve antes de a iniciar descansar uns minutos e respirar fundo para que esteja relaxado. Durante este período o óleo a utilizar pode estar a aquecer para não entrar frio em contacto com a pele. O óleo deve estar apenas um pouco mais quente que a pele. Depois de o óleo estar quente, baste despejar umas gotas na palma das mãos e esfregá-las uma na outra para aumentar a temperatura e estimular as mãos.
A duração da auto-massagem deve ser de 15 a 20 minutos diários. Durante a massagem devemos sempre ter em mente o bem que estamos a fazer ao nosso corpo físico e mental. A massagem deve ser iniciada pela cabeça, onde se devem realizar movimentos vigorosos para trás e para a frente, com a palma das mãos. Depois devemos colocar um pouco de óleo das narinas e orelhas. A massagem continua no pescoço, onde os movimentos devem ser feitos de cima para baixo. Já a garganta deve ser massajada de baixo para cima e a face com movimentos de fricção suave.

Os ossos longos devem ser massajados para cima e para baixo, enquanto que as articulações devem ser massajadas em movimentos circulares. O peito e abdómen devem ser massajado com a palma das mãos no sentido dos ponteiros do relógio. As ancas e as nádegas devem ser massajadas para cima e para baixo e também em movimentos circulares. Como as mãos e os pés são locais de grande concentração de canais energéticos, a sua massagem é de extrema importância, devendo começar pelo centro da palma das mãos e pés, acabando no dorso das mesmas.

Depois de se efectuar a massagem é aconselhado um pequeno período de repouso.

Gemoterapia
O Ayurveda reparou que existiam gemas que se relacionavam com os planetas do sistema solar e que traziam ao indivíduo uma série de capacidades de cura e resistência às doenças. Os sábios ancestrais védicos estudaram os efeitos das gemas no ser humano e reparam que elas tinham diferentes efeitos no ser humano, assim como os ciclos dos planetas têm.

Tanto os planetas como as suas gemas associadas, têm a sua vibração, só que a vibração dos planetas é considerava negativa e a das gemas positiva assim, as gemas são utilizadas para neutralizar as emissões vibracionais negativas dos planetas. Cada planeta é assim associado a uma gema:

◌ Sol: rubi;
◌ Lua: pérola;
◌ Marte: coral vermelho;
◌ Mercúrio: esmeralda;
◌ Júpiter: safira amarela;
◌ Vénus: diamante;
◌ Saturno: safira azul, ametista e lápis;
◌ Rahu: Gomedha;
◌ Ketu: olho-de-gato.

Para os desequilíbrios de vata as gemas mais indicadas são:
ü Rubi: problema de coração, baço, hipertensão, infecções, febre, bílis, impaciência, cérebro, acne, baixa de energia, má circulação, edema, ossos e artrites. Diminui o vata.
ü Pérola: perturbações de pulmões, rins, infertilidade e desordens mentais. Diminui o vata.
ü Safira amarela: sistema imunológico em baixa, tumores, circulação arterial, fígado, abcessos, pâncreas, nervos e disfunções glandulares.
ü Diamante: imunidade, reprodução, sistema urinário, rins, infertilidade, anemia e ossos fracos. Diminui o vata.
ü Safira azul/ametista/lápis: ossos fracos, nervos, vitalidade, obstipação, epilepsia, paralisia, cancro e patologias imunológicas.
ü Gomedha: indigestão, nervosismo, perda de coordenação e desordens mentais.
ü Olho-de-gato: má digestão e circulação, sangramento, músculos fracos, sistema nervoso, cancro, paralisia e patologias imunológicas. Diminui o vata.

História da Gemoterapia
Há muitos milhares de anos havia um demónio chamado Vala que atormentava todos os deuses existentes. Certo dia, esses deuses resolveram juntar-se e acabar com a vida de Vala. Depois de matarem Vala, os deuses cortaram-no aos pedaços. Os seus pedaços foram transformados nas sementes das poderosas gemas. Depois desta transformação, várias criaturas de todo o universo vieram em busca dessas preciosas sementes de gema. Com tanto alarido, algumas gemas caíram na Terra, espalhando-se pelos oceanos, florestas, rios e montanhas.

O sangue de Vala tornou-se em sementes de rubi e espalhou-se pela Índia, Burma, Afeganistão, Paquistão, Nepal e Sri Lanka. Os seus dentes tornaram-se as sementes de pérola e espalharam-se pelos oceanos do Sri Lanka, Pérsia, Bengal, Indonésia, e em outros cursos de água do hemisfério sul. A pele de Vala transformou-se nas sementes da safira amarela e espalhou-se pelos Himalaias. A sua bílis transformou-se em sementes de esmeralda e caíram nas montanhas da África do Sul, América do Sul, Afeganistão e Paquistão. Os ossos de Vala deram origem às sementes de diamantes. O seu choro deu origem às sementes do olho-de-gato. As sementes de coral foram originadas dos seus intestinos. Dos olhos de Vala surgiram as sementes da safira azul. As sementes do cristal de quartzo foram originadas através do sémen de Vala.

Conclusão
Com a realização deste trabalho ficou demonstrado que o sistema médico ayurvédico encara o paciente como um todo, como um ser composto por corpo, mente e espírito, e que as doenças físicas resultam de perturbações na mente ou espírito.

O Ayurveda afirma a existência de três doshas (constituições) que constituem os seres humanos e que qualquer desequilíbrio nesses doshas leva a manifestações patológica. Segundo o Ayurveda cada dosha tem determinadas patologias específicas que indicam bem qual dos doshas está em desequilíbrio, depois cabe ao médico ayurvédico e ao próprio paciente utilizar os vários métodos de tratamento para restabelecer a saúde e preservá-la o maior tempo possível.

Os três doshas são vata, pitta e kapha e os métodos de tratamento variados, passando pela meditação, dieta, massagem, rotina diária, aromaterapia, cromoterapia e gemoterapia.
Contudo foi bom realizar este trabalho, essencialmente de pesquisa, pois apesar de trabalhoso ajudou-me a conhecer melhor esta medicina e a sua maneira de encarar a saúde e a doença.
Apenas de notar a falta de informação específica sobre esta medicina o que dificultou a sua realização.
Trabalho de:
Tiago Cabeleira

6 comentários:

  1. Que trabalho maravilhoso!
    Gratidão por compartilhar!

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  2. Nossa gostei bastante. Gostaria de compartilhar no meu face, posso?

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